navegando dei decara c 1 dos livros (DOS LIVROS COM L MAIUSCULO DA MINHA INFANCIA)
nossa, como o li, como brinquei, como carreguei comigo!!!
como sonhei, aprendi, apliquei!!!
bem pekena, mas vidrada nas historias de clara luz
lembras pai???
Foi para falar da 27ª edição de A fada que tinha idéias, do período tenso em que o livro surgiu - o auge da ditadura militar brasileira - e ainda para comentar sobre a criança do nosso tempo que Fernanda Lopes de Almeida conversou com o Boletim Ática.
Boletim Ática: Como se deu a criação do enredo de A fada que tinha idéias?
Fernanda Lopes de Almeida: Não costumo ter um plano muito estabelecido quando escrevo. Com A fada que tinha idéias não foi diferente. Parti de um sonho inicial, a figura de uma fada que aproveitasse a varinha de condão para fazer travessuras. Depois dei um nome a ela: Clara Luz. Aí a história foi me levando, uma idéia puxando outra. É assim sempre.
Boletim Ática: Fale um pouco sobre a 27ª edição do livro. Fernanda: Acho que o livro está muito bonito, mais colorido ainda, portanto mais parecido com o mundo da Clara Luz, que é um mundo de alegria. A alegria de criar. O importante é que esse texto tenha chegado até aqui, sempre reeditado e sempre mexendo com o íntimo das pessoas. Os depoimentos das pessoas, que chegam sempre a mim, ao longo de todos esses anos, são o que de melhor A fada que tinha idéias me deu. E olhe que ela me deu muito.
Boletim Ática: Este livro ocupa um "lugar afetivo" especial no conjunto das obras que escreveu?Fernanda: Sim e não. Sim, porque sendo o mais comentado dos meus livros, claro que isso me gratifica de um modo especial. Não, porque outros livros meus transmitem aspectos igualmente importantes do que desejo dizer.
Soprinho, que também vai sair agora pela Ática em nova edição, toda reformulada, é tão significativo para mim quanto o livro da fada. Nele, falo metaforicamente das forças destrutivas e construtivas, da natureza e da alma humana, ou, para falar em termos psicanalíticos, das pulsões de vida e de morte e do seu casamento.
Boletim Ática: No final do livro, a crítica literária Laura Sandroni lembra o contexto repressor da época da primeira edição desta obra, destacando que "mesmo assim A fada que tinha idéias escapou das garras da repressão e tornou-se um marco na história da narrativa brasileira não só por suas qualidades literárias, mas também por abordar com coragem o tema da liberdade de expressão sob o governo ditatorial que mergulhara o país nas trevas do autoritarismo". Que recordação você tem daquela época e do surgimento do seu título nas livrarias?
Fernanda: Não é preciso lembrar aquela época, visto que ela nunca acabou no mundo. Basta olhar ao redor que nós a vemos, tão opressiva como sempre, massacrando, impondo. Melhora um pouco num lugar, piora em outro. Felizmente há forças contrárias, forças de crescimento, de clarividência, de clara luz. E acho que será pela palavra, nunca pelas armas, que se chegará a um estágio mais avançado.
Quando será isso? Não sei, não sou futuróloga. Mas acredito que se chegará a um outro nível de conflito, como aconteceria com uma família muito primária, que resolvesse tudo com gritos e empurrões, e depois se aprimorasse e descobrisse que se pode lidar com as dificuldades de outra maneira. É preciso não esquecer que a humanidade é, em termos da idade da Terra, um bebê. E um bebê é sempre sinônimo de esperança.
Quando será isso? Não sei, não sou futuróloga. Mas acredito que se chegará a um outro nível de conflito, como aconteceria com uma família muito primária, que resolvesse tudo com gritos e empurrões, e depois se aprimorasse e descobrisse que se pode lidar com as dificuldades de outra maneira. É preciso não esquecer que a humanidade é, em termos da idade da Terra, um bebê. E um bebê é sempre sinônimo de esperança.
Boletim Ática: Você acredita que os meios tecnológicos, cada vez mais aperfeiçoados, estejam ajudando a moldar uma "nova criança"?
Fernanda: Não. Acho que estamos queimando etapas da vida da criança, forçando uma evolução que não é natural. Isso não cria uma "nova criança", cria um adulto em miniatura, uma versão atual daquelas crianças que vemos nos quadros antigos, com roupas e posturas solenes, obrigadas a se comportar como gente grande. É um modelo tão desnaturado como aquele.
Mas os meios tecnológicos não são os responsáveis por isso. Sabemos quão úteis eles podem ser quando bem usados. O computador, por exemplo, é a vara de condão moderna. Não fica nada a dever às mágicas da Clara Luz. Pode-se até pintar com ele. Mas é preciso usá-lo criativamente.Data: 23/06/2004
Mas os meios tecnológicos não são os responsáveis por isso. Sabemos quão úteis eles podem ser quando bem usados. O computador, por exemplo, é a vara de condão moderna. Não fica nada a dever às mágicas da Clara Luz. Pode-se até pintar com ele. Mas é preciso usá-lo criativamente.Data: 23/06/2004
Um comentário:
Eu tb li!
A fada q tinha ideias.
E li tb um q nao me lembro o autor: Raul da ferrugem azul.
AMAVA!
Q legal!
Daqui a pouco o Guto estará lendo.
Tomara q ele goste de ler livros...
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